8 de abr. de 2012


Chef coloca pitada de ouro em flocos em ovo de chocolate ao leite (Foto: Letícia Macedo/ G1)
Em busca de clientes com o paladar cada vez mais refinado, fabricantes de chocolates investem em matérias-primas de alta qualidade e não abrem mão do requinte na hora do acabamento. Os chocolates ganharam embalagens criativas, decorações manuais e até um toque de ouro comestível.
 Marie Antoinette tem ouro em flocos e confeitos em forma de pérola (Foto: Letícia Macedo/ G1)
Os chocolates que utilizam ingredientes de alta qualidade em sua composição e que não são completamente industrializados, conhecidos como “gourmets”, costumam ser pelo menos três vezes mais caros que os convencionais e têm ganhado espaço no mercado. Para atender a um público cada vez mais seleto, os chefs recorrem a tipos de cacau de origens diversas, muitos importados, que permitem explorar aromas e texturas diferentes. Eles também lançam mão de uma infinidade de técnicas para explorar as variadas formas e cores que o chocolate pode obter.

Enquanto um ovo ao leite comum de um 1,25kg custa em torno de R$ 60, um ovo do mesmo tamanho que ganhou uma pitada de ouro no acabamento pode custar cerca de R$ 300. “Quem encomenda um ovo desse tipo quer dar um presente bonito e refinado e, normalmente, entende o que está comendo. Só o produto top de linha ganha esse tipo de acabamento”, conta Renata Arassiro, que tem uma loja de chocolates com o seu nome no Campo Belo, na Zona Sul de São Paulo. A especialista conta que utiliza o ouro em pó, que tem origem francesa ou italiana, apenas para dar um toque especial. “O ouro é muito fino. Cada vez que a gente salpica, ele se espalha pelo ar.” Ela também produz bombons que ganham ouro no acabamento.
A chef Giuliana Loduca Scalamandré, da Brigadeiros by Cousin’s, também lança mão de flocos de ouro para fazer os detalhes da Marie Antoinette, que é uma metade da casca ovo de chocolate, recheada com creme de brigadeiro. “A versão original tem recheio de chocolate ao leite suíço, branco e morango, mas fica ao gosto do cliente. Temos mais de 60 sabores de cremes de brigadeiro diferentes”, conta Giuliana. Ela afirma que é preciso ficar atento para não se deixar enganar. “Existe uma diferença entre o pó dourado, usado na confeitaria, e o ouro em pó. O pó dourado dá apenas um brilho à receita. O ouro tem a forma de flocos, nunca de pó”, adverte. Ela conta que o mercado oferece ainda uma folha de ouro que é colocada na forma antes de se aplicar o chocolate. Confeitos em formato de pérola completam a decoração da Marie Antoinette, que tem cerca de 700 g, custa R$ 98.
Na prática, a adição de ouro agrega valor sentimental, financeiro e estético ao produto, segundo a professora Suzana Caetano da Silva Lannes, do Departamento de tecnologia Bioquímico-farmacêutica, da Universidade de São Paulo (USP). “O ouro em flocos não é absorvido pelo organismo e não apresenta toxicidade até então estudadas. Ele pode ser consumido sem prejuízo à saúde”, afirmou.
Porta-ovos na forma de galiha é feita por artesãos  (Foto: Letícia Macedo)
Os chocolates refinados também ganham embalagens criativas. Inspirada nas fábulas, a Chocolat du Jour desenvolveu uma sofisticada Galinha dos Ovos de Ouro, de 4,5kg, que custa R$ 1.892. A embalagem, que é um porta-ovos no formato de galinha, muito usado antigamente, é feito por artesãos. Ela comporta 130 ovos de chocolate ao leite, recheados com um ovo nougat. Já para quem prefere um formato tradicional, a loja traz um ovo de chocolate ao leite belga de 5 kg, de R$ 1.574. Ele é recheado com bombons, coelhinhos e ovinhos de vários tipos. "Existe público para os dois tipos de produto. Para alguns, Páscoa é sinônimo de ovo. Não adianta querer inventar", afirmou a diretora de marketing da Chocolat du Jour, Patrícia Landmann.
Ovo de gianduia é do mesmo tipo que é servido para família real belga (Foto: Letícia Macedo / G1)
A Neuhaus traz para São Paulo um ovo belga de gianduia, que é um creme de chocolate com avelã. A gerente da única loja da marca na América Latina, que fica no shopping Iguatemi, na Zona Sul, Mirella Ranzini, afirma que ele é do mesmo tipo que é servido para a família real da Bélgica. “É um ovo caro e que vende bastante. A maioria dos meus clientes são homens que compram para dar de presente”, conta. O ovo que é recheado de ovinhos e bombons sortidos, de ganache, nougat, praliné, marzipan, entre outros, tem 1,050kg e custa R$ 648. A marca foi fundada por 1857 por um farmacêutico suíço que se fixou na Bélgica.
Se o objetivo é dar um chocolate decorado artesanalmente, o ovo Fabergé, da Sweet Brasil, evoca tradições russas. “Os czares russos, na época da páscoa, costumavam pedir aos joalheiros para confeccionar porta-joias em formato de ovo. O Fabergé foi inspirado nesta tradição. Tem gente que compra o ovo e traz uma joia para colocarmos dentro. São ovos que encantam já há algum tempo”, afirma a designer de chocolates Paula de Lima Azevedo. Uma cesta com dois Fabergés, repleta de bombons variados e coelhinhos chega a custar até R$ 1.200.
do G1

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