7 de abr. de 2012


Vasco x Flamengo - Ronaldinho (Foto: Wagner Meier)
Um clássico marcado pela tensão. Foi assim que começou e terminou mais um Vasco x Flamengo. O pênalti cobrado por Ronaldinho aos 47 minutos do segundo tempo deu a vitória aos rubro-negros por 2 a 1 na noite deste sábado e uma pequena pausa na pressão sobre o time e o jogador, apesar de mais uma atuação nada empolgante do camisa 10. O resultado classificou o clube para as semfinais da Taça Rio. E acabou sendo a gota d'água para um tumulto que envolveu os jogadores do Vasco. Principalmente Eduardo Costa e Rodolfo, que partiram para cima do árbitro Wagner dos Santos Rosa, e só não o agrediram porque foram contidos pelos policiais.
O presidente do clube, Roberto Dinamite, entrou em campo e reclamou da atuação do juiz. Principalmente do lance aos 29 minutos da segunda etapa,  quando Thiago Feltri, em dividida com Wellington, caiu na área. Mas o árbitro mandou seguir o lance.
- Fomos roubados e não podemos vetar - afirmou o dirigente.
- Quero sair daqui pela porta da frente - disse R10, na confusa saída do campo.Com um público de 14.152 presentes e 10.461 pagantes, que proporcionaram renda de R$ 302.745,00 no Engenhão, a partida, com um Vasco misto e um Flamengo completo, foi mais de transpiração do que inspiração. Ironizado pela torcida do Vasco, Deivid, no primeiro tempo, abriu o placar para o Flamengo. Diego Souza empatou a partida, e Ronaldinho, no outro lance polêmico, mas corretamente marcado pelo árbitro, decretou a vitória rubro-negra e deixou no ar, num depoimento ambíguo, uma possível despedida.
O resultado deixou o Flamengo na liderança do Grupo A na Taça Rio, com 18 pontos ganhos, e com uma das duas vagas asseguradas. O time não pode mais ser alcançado pelo Macaé, com 12 e só podendo chegar a 15, e o Resende, que ainda pode chegar a 18, mas perderia pelo número de vitórias no critério de desempate. Apenas o Botafogo pode ultrapassar os rubro-negros.
Com o resultado, o Vasco perdeu a liderança do Grupo B. O Bangu, que venceu o Macaé, é o primeiro colocado, com 12 pontos ganhos. Os cruz-maltinos ficaram em segundo, com 11, mas Fluminense, com 10, Duque de Caxias, com 8, e Volta Redonda, com 7 e um jogo a menos, ainda têm chances de brigar pela vaga.
Na próxima quinta-feira, a pressão voltará a mudar de lado. Enquanto o Vasco, já classificado para as oitavas de final da Libertadores, jogará mero amistoso contra o Nacional, no Uruguai, às 21h50, o Flamengo terá no Engenhão, às 19h30,  a difícil missão de vencer o Lanús e torcer por empate de Olimpia e Emelec, no Defensores del Chaco, em Assunção, para também conseguir avançar à próxima fase. Na última rodada da Taça Rio, domingo, o Flamengo receberá o Americano no Engenhão, às 16h. No mesmo horário, o Vasco vai encarar o Nova Iguaçu, em Moça Bonita.
Atraso na entrada
Com um inexplicável atraso para a entrada em campo - a equipe pisou no gramado aos gritos da torcida do Vasco de "eliminado" no momento em que a partida deveria começar -, o Flamengo apresentava Kleberson no lugar de Muralha. A intenção do técnico Joel Santana era ter jogadores mais experientes para lidar com a pressão e poupar mais os garotos. O veterano pentacampeão mundial em 2002 até deu mais qualidade ao toque de bola no começo, mas a ausência do volante de 18 anos fez o time sofrer novamente com as péssimas saídas de bola de Willians, sempre mal no quesito passe. Tudo isso, além da apatia do Vasco, contribuiu para um primeiro tempo nada empolgante das duas equipes.
Pelo lado do Flamengo, na frente, Ronaldinho, aberto pela esquerda, repetia a tão já combatida omissão de um jogador com alto salário e a responsabilidade de ser o homem decisivo. Era Bottinelli quem mais aparecia na tentativa de armar jogadas para deixar Deivid e Vagner Love na cara do gol. A primeira chance, no entanto, começou com jogada pela esquerda de R10 para Junior Cesar. O lateral foi à linha de fundo e conseguiu acertar o cruzamento para Deivid. O camisa 9 nem cabeceou bem, mas a bola quicou e quase enganou Prass. O goleiro mandou para escanteio.
O Vasco entrou em campo com um desfalque considerável. O meia Felipe sentiu dores no ombro direito e foi cortado da concentração na noite da última sexta-feira. Em seu lugar, o técnico Cristóvão optou por Eduardo Costa. Ainda sem Dedé, machucado, Juninho, recuperando-se de problema dentário, e Diego Souza, poupado no banco, o Vasco perdia em experiência e criatividade. Com três atacantes, tinha como jogada principal a explorar, para a conclusão de Alecsandro, a velocidade de William Barbio e Eder Luis.
E o camisa 7 levou perigo quando aplicou caneta em Willians, arrancou do meio de campo para dar o drible da vaca em Wellington, voltou a driblar o camisa 8 rubro-negro mais à frente e centrou. Léo Moura atrapalhou as pretensões de achar o atacante cruz-maltino, ao cortar de cabeça.
Gol de Deivid
Com os dois times errando muitos passes, a partida seguia num ritmo sonolento. Mas, aos 16 minutos, Willians conseguiu acertar uma jogada, no ataque. Tocou na meia-lua para Vagner Love. O atacante girou aos empurrões com Rodolfo para bater já caído. Fernando Prass deu o rebote para Deivid tentar esquecer o gol perdido que entrou para o rol dos maiores do Inacreditável Futebol Clube no último confronto com o rival. Dessa vez, ao contrário da partida vencida pelo Vasco por 2 a 1 na semifinal da Taça Guanabara, o camisa 9 tocou sem erro para o fundo da rede e foi comemorar com a torcida e os jogadores.
O gol esteve longe de deixar o Flamengo soberano na partida. Daí em diante, o time, tenso, caiu de rendimento. Ronaldinho mantinha o hábito de se livrar logo da bola,. e Willians errava passes capitais na saída de jogo.
Mas o Vasco pouco se aproveitava dos erros do Flamengo. Com Fágner e Thiago Feltri apoiando pouco e William Barbio mais caído do que em pé, sobravam Eder Luis e Felipe Bastos. Foram justamente os dois os responsáveis pelos melhores momentos da equipe na partida.
O segundo arriscou bomba de fora da área. A bola foi à esquerda de Felipe. O primeiro, destaque do time na primeira etapa, por pouco não empatou a partida, ao receber livre no meio e bater, de perna direita, rasteiro, rente à trave. O time saía para o intervalo em desvantagem, mas dava a senha de que buscaria o empate.
Reação vascaína
Acertadamente, Cristóvão trocou o apagado Barbio por Diego Souza. Eder Luis teria com quem se entender melhor. O Flamengo mantinha Wlillians errando passes e um time confuso. Bom para o Vasco. Aos 4 minutos, Lovei ficou na indecisão de ir na bola. O time levou um contra-ataque. A bola foi para Alecsandro. O camisa 9 bateu, a bola subiu e encobriu Wellinton, que olhou passivamente Diego Souza, nas suas costas, entrar em velocidade e tocar sem defesa para Felipe. Era o gol de empate.
Diego Souza entrou bem na partida. E logo depois de empatá-la, fez um tremendo carnaval pelo lado esquerdo e confundiu mais ainda a defesa rubro-negra. Após uma sucessão de passes errados, Willians acabou sacado. Joel optou por Rômulo, há muito tempo sem jogar. O Vasco já tinha Fágner melhor no apoio. O Flamengo, com Léo Moura contido no lado direito e Junior César sempre fraco no apoio, procurava reagir. Numa falta sobre Love, Ronaldinho, ainda apático, cobrou no travessão e, sem que ninguém percebesse, cometeu irregularidade no lance ao pegar o rebote no lado esquerdo sem que nenhum jogador tivesse tocado na bola.
Era um momento em que o Vasco estava melhor. E Felipe Bastos poderia ter saído consagrado se mandasse para o fundo das redes o belo chute com efeito de fora da área que fez o goleiro Felipe rezar para não sofrer. Pouco depois, saiu para a entrada de Allan. Do lado rubro-negro, Bottinelli deu lugar a Luiz Antônio. Os erros na defesa e no meio-campo continuavam. Aos 29 minutos, o Vasco reclamou de pênalti de Wellinton em Thiago Feltri, em lance polêmico. No contra-ataque, Deivid devolveu presente dado por Fernando Prass e desperdiçou boa chance. Logo depois, Joel  o trocou por Diego Maurício. O camisa 9 saiu aplaudido, ironicamente, pela torcida vascaína.
Os dois times buscavam a vitória. Aos 40 minutos, Allan deu lambreta sensacional e bateu cruzado para grande defesa de Felipe. No contra-ataque, Ronaldinho, em sua melhor jogada, serviu Léo Moura para decidir. O lateral bateu para fora. Aos 46, o lateral, outro a aparece bem n fim, foi derrubado na área por Fernando Prass. Pênalti que Ronaldinho não desperdiçou. Eduardo Costa e Rodolfo partiram para cima do árbitro, o tumulto foi formado. A tensão mudou de lado. Mas quinta-feira, em outra competição, tudo muda.
do globoesporte

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